24/07/2024 13:11 Há 2 meses

Delegado diz que assassinato de oficial de Justiça foi premeditado



Roupa com sangue e pertences apreendidos na casa da autora

O assassinato do oficial de Justiça Gesualdo Xavier de Oliveira, de 67 anos, foi premeditado, segundo afirmou o delegado do SIG (Setor de Investigações Gerais), à frente das investigações do caso, Erasmo Cubas, em coletiva de imprensa esta manhã, em Dourados.

A autora, Letícia Vieira Pires, de 27 anos, já está presa e confessou que assassinou o ‘Xaxa’, como também era conhecido. Como mostrado anteriormente, a vítima foi encontrada morta na terça-feira (23/7), às margens da BR-163, poucos metros após a rotatória do município de Douradina.

Cubas detalhou que na manhã de ontem, a família de Gesualdo registrou um boletim de ocorrência por desaparecimento, e informou que ele vinha realizando transações financeiras com uma mulher identificada como Letícia.

Diante dessas informações, policiais do Setor de Investigações Gerais conduziram a mulher para a delegacia, haja visto que também havia informação de que ela foi a última pessoa a ver o oficial de Justiça, na segunda-feira (22/7), por volta das 20h45.

Durante a entrevista com os agentes, diversas vezes Letícia entrou em contradições, e ainda apresentava algumas marcas pelo corpo, que indicavam vias de fato com outra pessoa. “Por muitas vezes ela foi questionada se esteve com Gesualdo, ou se sabia onde ele estava, mas negou sempre”, disse o delegado.

A polícia também descobriu que o carro da vítima, um Ford Ka, havia saído de Dourados, mas retornou cerca de uma hora depois. Novamente, ao ser confrontada com essa informação, a autora confessou que esteve com o idoso, pois iriam até Campo Grande. “Nós descobrimos que recentemente ela vendeu, com o conhecimento dele, uma caminhonete S10, e como forma de pagamento, passaria alguns apartamentos para a vítima. No entanto, esses imóveis não existem. O que há de concreto é a venda do veículo, inclusive ela recebeu R$ 83 mil em sua conta”, detalhou ainda Erasmo Cubas.

Letícia chegou a afirmar para os investigadores que teve um desentendimento com a vítima no distrito de Vila Vargas, narrativa que não se sustentou, já que a equipe foi até o distrito, e analisou imagens de câmeras de segurança.

Enquanto estavam no local, a CCR MS Via informou que havia um corpo às margens da BR-163, pouco depois da rotatória de Douradina. A Polícia Rodoviária Federal, bem como a Perícia Técnica foram acionados e constaram que o corpo era de Gesualdo Xavier de Oliveira.

“Já no local, de forma informal, ela [Letícia] confessou a autoria do crime, e contou que usou uma faca para assassinar o Gesualdo, e depois um álcool que estava no carro, para incendiar o corpo. Inicialmente, ela disse que não foi premeditado, mas a polícia não acredita nisso”, afirmou Cubas.

Em buscas em uma conveniência que pertence à mulher, e também na casa dele, os agentes encontraram uma roupa ensanguentada, uma corrente de ouro da vítima e o celular. Já no estabelecimento havia a carteira dele com documentos e cartões de crédito.

“A polícia acredita que ele estava cobrando-a, ela não havia feito o pagamento, e criou a situação de irem para Campo Grande, onde a dívida seria quitada. Isso já indica que o crime foi sim planejado pela Letícia. Já em Douradina, ela golpeou Gesualdo na região da cabeça, retirou o corpo do carro e ateou fogo. Depois, retornou para Dourados e abandonou o carro próximo ao Hospital da Vida, com marcas de sangue”, concluiu o delegado Erasmo Cubas.

O caso ainda é investigado, pois a polícia precisa concluir se foi latrocínio – roubo seguido de morte – ou homicídio por motivação financeira.


*Com informações: Ligado Na Noticia

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