Mais um Perito Judicial Confirma que Morte de Trabalhador Não Foi Suicídio

A família de D. F. S., operador de máquinas que faleceu em setembro de 2020 após ser atropelado por um trator de colheita mecanizado, tem lutado na Justiça contra a Biosev, empresa do grupo Raízen, gigante do setor sucroenergético, tentando limpar a honra e a imagem do trabalhador falecido e desfazer a narrativa criada pela empresa alegando que o trabalhador cometeu suicídio.

Nesta semana aconteceu mais um passo importante no processo para ser feita Justiça, um segundo perito imparcial nomeado pela Justiça, um psiquiatra especialista, firmou laudo confirmando não haver plausibilidade naquela alegação de suicídio suscitada pela empresa, o documento afirma: "não apresentou comportamentos ou sinais que indicassem predisposição ao suicídio. Ele não tinha histórico de transtornos mentais graves, dependência de substância ou eventos emocionalmente disruptivos que ocasionaram ter precipitado um comportamento suicida. Diante disso, o acidente fatal ocorrido durante o trabalho não pode ser atribuída a uma ação voluntária ou ao suicídio"

Para a defesa da família essa nova prova pericial juntada no processo (RT. 0024156-13.2022.5.24.0091) somente corrobora a certeza de que a Biosev se aproveitou a falta de testemunhas oculares no acidente para formular um laudo interno afirmando que D.F.S. teria se colocado intencionalmente na frente do trator, mas no processo essa farsa caiu por terra.

Segundo o Advogado dos familiares Dr. Wander Medeiros “esse é o segundo laudo pericial feito no processo que comprova que D.F S. jamais atentou contra sua vida, aliás, o perito anterior comprovou que o sensor de presença do banco do trator operado pelo trabalhador estava com defeito, esclarecendo que caso o sensor estivesse em funcionamento, não permitiria que o trator se locomovesse sem a condução do operador, o que teria salvo a vida do trabalhador, a falha de segurança da empresa é flagrante.”

Os familiares do trabalhador morto no acidente de trabalho receberam com consternação e alívio a notícia do novo laudo pericial favorável, e aguardam que ao final do processo seja feita justiça. Até este momento, passados já quatro anos do falecimento, a empregadora nunca fez qualquer proposta de acordo ou aceno para composição dos danos sofridos.

Não obtivemos êxito no contato com a empresa, nem qualquer representante do Grupo Raízen até o fechamento desta reportagem, mas o espaço está aberto.